“Apresentações virtuais, videogames, músicas e podcasts já faziam parte da rotina dos nossos alunos e, com o ensino remoto foram inseridas no dia a dia escolar muitas outras plataformas”, contou.
“Nesse período, utilizamos metodologias ativas, realizamos muitos trabalhos virtuais em grupos, assistimos a filmes, analisamos textos, criamos mapas mentais, tudo isso a partir dessas plataformas”. Essa é uma adaptação também feita à forma dos alunos consumirem conteúdo hoje em dia, segundo a professora.
“Cada vez mais antenados com as tecnologias, alunos de todas as idades demandam aulas que usem artifícios digitais para continuarem engajados nas lições que estão sendo transmitidas e os professores precisam estar atualizados para ministrarem aulas nesses ambientes que despertem o interesse”.
Docente do curso de Pedagogia na Estácio, Bruna é responsável por um projeto de extensão da instituição que oferece oficinas para professores e alunos da rede pública que tenham dificuldades com o uso de tecnologias. Dentre as oficinas, o projeto Capacita Edu trabalha temas como segurança da informação nas mídias digitais, softwares online gratuito, redes sociais e a criação de podcasts para fins educativos.
A especialista conta que muitos professores relatam que os alunos dominam mais do que eles as novas tecnologias, mas afirma não haver riscos quanto a isso, porque a familiaridade do aluno com as ferramentas não substitui a expertise do profissional.
“Atualmente, o aluno é protagonista do processo de aprendizagem e o professor um mediador, porque as crianças já nascem familiarizadas com a internet, mas isso não quer dizer que a tecnologia vai substituir o professor, ela vai auxiliar no processo de aprendizado e o professor precisa estar atualizado, porque é ele que tem o olhar pedagógico e didático para guiar esse estudante”, afirmou.
Para esse novo modelo de ensino que se desdobra conforme caminha-se para o fim da pandemia, novos profissionais devem se esforçar para estar atualizados. Uma pesquisa do Instituto Crescer revelou que 48% dos professores têm buscado adequar totalmente suas atividades para os espaços disponíveis em ambientes virtuais mas, ao mesmo tempo, 46% dos entrevistados não sabem avaliar se os alunos estão realmente aprendendo com as aulas online.
A professora Sabrina Pereira entende como importante essa nova forma de atuação em sala de aula. “As avaliações agora estão mais focadas no desenvolvimento de habilidades do que em provas com questões específicas, por exemplo. Estamos juntos aos alunos para entender suas necessidades, queremos que eles desenvolvam conhecimentos e estejam preparados para encarar os desafios da vida, colocando em prática o que é construído em sala de aula”, defendeu.
Bruna alerta que é necessário buscar formação e estar atento para melhorar sempre nas novas práticas de educação. “O segredo é aliar o que já funcionava bem em sala de aula para otimizar o trabalho virtual, adotar metodologias ativas em que o aluno produza o conteúdo que está estudando em vez de ser mero espectador”.