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27 de maio de 2019

Bolsonaro defende aprovação da Previdência a mais recursos ao Nordeste

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez na última sexta-feira (24), no Recife, concessões aos nove estados do Nordeste, de Minas Gerais e do Espírito Santo, mas também aproveitou para dar um recado aos governadores que fazem oposição a ele.

“Temos um desafio pela frente que não é só meu. É também dos senhores, independente da questão partidária. É a reforma da Previdência, sem a qual não poderemos sonhar em botar em prática o que se está tratando aqui”, disse antes de se reunir a portas fechadas com os gestores na 25ª Reunião do Conselho Deliberativo, no Instituto Ricardo Brennand, na Várzea.

A fala do presidente deu a entender que a liberação de mais recursos e o desenvolvimento da região poderia estar condicionada à aprovação da reforma da Previdência. De acordo com o chefe do Executivo Federal, ele e a esquerda “estão em polos diferentes, mas juntos pelo mesmo objetivo”.

Após sair da conversa, Bolsonaro reforçou: “É um projeto que chamo de reforma mãe. Se não fizer isso ninguém vai ter as contas ajustadas. Aí não tem partido político. A União não está bem, a mãe dos estados e dos municípios também não”, resumiu.

Os governadores, porém, tentaram distanciar as questões. “São coisas diferentes. Uma coisa é o fundo que pleiteamos e foi aprovado pelo conselho. A questão da previdência é outra lógica. Não traz impacto direto na economia. Tem impacto de dez a 15 anos na economia do país e não soluciona os problemas e as demandas tampouco os déficits previdenciários do estado”, afirmou o governador da Paraíba, João Azevedo (PSB).

O socialista lembrou ainda da carta divulgada pelos governadores do Nordeste na qual os gestores se mostram favoráveis à reforma da Previdência desde que ela seja mais branda e não penalize os mais pobres e trabalhadores rurais.

Já o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), disse que reforma da previdência é só um dos itens que podem contribuir com o crescimento dos estados nordestinos e do país. De acordo com ele, anos atrás havia crescimento, apesar do problema da previdência ser antigo.

“O crescimento do Brasil é a essência. Sem o crescimento, qualquer reforma da Previdência vai ser engolida pela recessão. Ou seja, você economiza de um lado e perde por conta de perda de receita com decréscimo no crescimento econômico, como ocorre nesse primeiro trimestre”, argumentou o petista.

Os governadores e Bolsonaro estiveram reunidos para aprovar um Plano de Desenvolvimento do Nordeste em que ficou acertado que 30% da arrecadação seria destinada ao financiamento dos estados para obras na área de infraestrutura. A pauta era uma reivindicação do fórum de governadores.


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