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5 de março de 2020

Greve confronta Fátima de hoje X Fátima de ontem

Por mais boa vontade que tenham com a governadora Fátima Bezerra (PT), os professores não tinham como aceitar a proposta salarial do governo petista, porque é humilhante, desrespeitosa, esdrúxula até.

Fátima propôs pagar o reajuste do magistério (12,84%) em três parcelas: junho, outubro e dezembro para ativos; outubro, novembro e dezembro para inativos; e o retroativo em 24 meses, estilo "Casas Bahia". Foi inevitável a aprovação da greve pelos professores estaduais. A greve dos professores quebra o elo mais forte da luta política da política Fátima Bezerra. E atinge de morte o seu diploma de Magistério.

Basta confrontar a postura de Fátima hoje com a sua posição de defesa dos professores no passado.

Em 2017, quando era senadora da República, e havia acabado de romper politicamente com o então governadora Robinson Faria (PSD), Fátima usou as redes sociais para exigir do governo o cumprimento da lei do piso do Magistério.

Em postagem, a petista escreveu: “crise” não pode ser desculpa para não cumprir a lei do piso salarial dos professores, deixando a entender que Robinson só não pagaria o reajuste salarial se não quisesse. Hoje, Fátima diz que o governo não tem recursos, a mesma justificativa de Robinson em 2017.

A greve dos professores, sem dúvida, representa a ruptura de uma política que construiu carreira vitoriosa na defesa intransigente da classe trabalhadora com a política que tem que governar o Estado como “patroa” dos servidores públicos, assim como todos os outros.



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