O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, subiu a
taxa básica de juros (Selic) de 11% para 11,25% ao ano. Foi uma surpresa
para o mercado. Os analistas esperavam manutenção da taxa. Em
comunicado, o BC diz que considerou o risco da inflação para aumentar os
juros.
A decisão não foi unânime: cinco diretores, inclusive o
presidente do BC, Alexandre Tombini, votaram pela elevação, enquanto
três votaram pela manutenção da taxa de juros em 11%. Com o
aumento, o BC interrompe uma série de cinco reuniões com taxa de 11%. Em
abril, o BC subiu os juros de 10,75% para 11%. Em maio, julho e
setembro, a taxa foi mantida no mesmo nível.
Esta foi a primeira decisão sobre juros depois da reeleição da presidente Dilma Rousseff
(PT), no domingo, por uma pequena margem sobre Aécio Neves (PSDB). Uma
das maiores críticas a Dilma tem sido a economia, incluindo a inflação
em alta. Os juros são usados, entre outras coisas, para tentar controlar
a inflação. A presidente disse que novas medidas econômicas serão tomadas a partir de novembro,
depois de um amplo diálogo com setores produtivos e financeiros, e que o
novo ministro da Fazenda será anunciado no momento adequado.
A
Selic é uma taxa de referência para o mercado e remunera investimentos
com títulos públicos, por exemplo. Não representa os juros cobrados dos
consumidores, que são muito mais altos. A taxa média de juros cobrada
das pessoas na vida real em setembro, embora tenha caído, chegou a 102,59% ao ano, segundo a Anefac, associação de executivos de finanças.