A demissão de 1.200 professores anunciada na terça-feira (5) pela Estácio, segunda maior instituição de ensino superior do país, prejudica a imagem da reforma trabalhista e pode atrapalhar os esforços pela reforma da Previdência. A opinião é do empresário Chaim Zaher, que até agosto era o maior acionista individual da Estácio, antes de vender as suas ações. O corte em massa foi interpretado como um primeiro sinal avassalador da reforma trabalhista relatada pelo deputado federal Rogério Marinho do RN.
” Sou frontalmente contra [a demissão]. A reforma trabalhista tem que vir para ajudar, e não para esse tipo de ação. É anormal demitir tantos professores de uma vez. A instituição que fizer isso vai ver decair a qualidade com certeza. Não se pode confundir uma ação isolada de alguém que quer buscar resultado com uma tendência na educação. Muitos educadores jamais fariam isso, e por isso, às vezes, até atravessam dificuldade”, dizze Zeher
Novos profissionais serão recontratados para substitui-los sob o modelo trabalhista renovado. A empresa diz que lançou “um cadastro reserva de docentes para atender possíveis demandas nos próximos semestres, de acordo com as evoluções curriculares”. A informação foi antecipada pelo jornal “O Globo”.
De acordo com nota da assessoria de imprensa da companhia, “todos os profissionais que vierem a integrar o quadro da Estácio serão contratados pelo regime CLT, conforme é padrão no grupo”. A nova lei trabalhista formalizou o trabalho intermitente, permitindo que as empresas criem um banco de funcionários que podem ser acionados quando houver demanda. O pagamento é proporcional ao tempo dedicado.