Por Josias de Souza - Em vez de domesticar o instinto imperial de Lula, a prisão fez sumir qualquer noção de limite que o condenado pudesse ter. Depois de enfiar sua pseudo-candidatura goela abaixo do PT, Lula desejava impor sua presença nos debates presidenciais.
Arrastou para sua coleção de derrotas judiciais mais um infortúnio: o TRF-4 ignorou seu pedido para participar de debate na TV Bandeirantes, na quinta-feira. Na novela da hipotética cruzada presidencial de Lula, o número mais constrangedor é o que o pajé do PT tenta executar depois de ter sido eliminado do espetáculo.
Levada às fronteiras do paroxismo, a estratégia petista revela que, se toda a plateia não está meio doida, o protagonista do PT está completamente.
Na prática a teoria é outra – A indicação de Fernando Haddad (PT) a vice de Lula, com o reconhecimento público de que a vaga, na verdade, será de Manuela d’Ávila (PC do B), preocupa assessores do PT. Há o temor de que o acerto político fragilize de tal maneira a argumentação jurídica a favor do registro da candidatura do petista, hoje preso, que a ofensiva no Tribunal Superior Eleitoral ganhe ares de “causa fake”.
Se o PT decidir ir à Justiça para garantir a presença de Haddad nos debates, dizem os auxiliares, pior ainda. Quem acompanha com atenção a batalha jurídica pela candidatura de Lula diz que o PT precisa entender que os sinais públicos de que há um plano B tendem a tirar o peso do pedido de registro do ex-presidente.