O secretário de Planejamento e Finanças do Rio Grande do Norte, Aldemir Freire, trabalha com a possibilidade de crescimento econômico do País para todo o governo Bolsonaro, apesar de pertencer ao governo do PT, partido da governadora Fátima Bezerra.
“Não vemos uma nova crise econômica para os próximos quatro anos; vemos um crescimento na ordem de 1,5 a 2% ao ano, período em que teremos um crescimento da receita”, afirmou o secretário para um grupo de empresários reunidos na Federação da Indústria na última sexta-feira, 22.
Mesmo assim, afirmou, “ainda que a economia crescesse 4% nos próximos quatro anos, se as despesas continuarem aumentando no mesmo patamar, o RN continuará em crise. Então o crescimento econômico é insuficiente para dar conta da crise”.
Numa prestação de contas dos primeiros dois meses de governo Fátima Bezerra, o secretário lembrou que ela assumiu o RN com dívidas quase R$ 1 bilhão com pessoal; R$ 1,3 bilhão com fornecedores; R$ 140 milhões de empréstimos consignados que o Estado não repassou para os bancos; R$ 100 milhões aos poderes; R$ 700 milhões de precatórios; o não cumprimento do piso da saúde, algo em torno outros de R$ 120 milhões, totalizando logo de cara R$ 2,5 bilhões em dívidas.
“Só que no dia 2 de janeiro, da fonte 100, o Estado tinha apenas R$ 2,5 milhões em caixa”, lembrou o secretário.
Segundo o titular da pasta de Planejamento de Finanças, as receitas anuais brutas são da ordem de R$ 1 bilhão mês. “Se a gente fosse começar 2019 sem dever um centavo e fosse executar o orçamento previsto com alguns ajustes, terminaríamos o ano devendo R$ 1,8 bilhão”, assegurou.
Afirmou que numa simulação feita a pedido do Estado pelo Banco Mundial, ainda que a economia crescesse 4% ao ano nos próximos quatro anos, na suposição das despesas continuarem crescendo no mesmo patamar, o RN continuaria em crise.
Para começar a resolver essa situação, o secretário disse que só há três saídas inegociáveis: reduzir as despesas para que elas caibam dentro das despesas; controlar o crescimento dessas despesas e, finalmente, incrementar as receitas.
Lembrou que, já em dezembro de 2019, na elaboração da peça orçamentária, “reduzimos o que estava previsto para a transferência aos poderes em cerca de R$ 173 milhões; havia uma divida em torno de 110 milhões em 2019 e o repasse seria algo em torno de R$ 9 milhões/mês, mas a gente suspendeu e isso é algo inédito em termos de pacto com os poderes”.
Acrescentou ele que depois de obter R$ 173 milhões de economia, novas despesas foram proibidas. “Esta semana fizemos um contingenciamento de R$ 890 milhões (R$ 350 milhões de recursos da fonte 100)”.