O governo Fátima Bezerra (PT) vive a primeira grande crise com os seus ex-companheiros de luta sindical. A quarta-feira (3) foi marcada por protestos e ameaça de greve geral dos servidores públicos do Rio Grande do Norte. O Fórum dos Servidores protocolou documento na Governadoria oficializando a insatisfação das categorias com o calendário de pagamento salarial anunciado na semana passada pela própria governadora.
O Fórum sinalizou com greve a partir do dia 5, caso o governo não elabore o calendário de pagamento dos salários de 2019 (julho a dezembro e 13º salário), calendário dos salários atrasados, e não apresente proposta para demandas represadas.
Os servidores da saúde são os mais indignados com o governo. Na parada de protesto realizada nesta quarta-feira, a categoria cobrou salários atrasados e acusou o governo de “caloteiro”, comparando a postura da governadora Fátima Bezerra com a do ex-governador Robinson Faria (PSD), inclusive, com distribuição de cartaz mostrando Fátima e Robinson juntos.
Já os delegados da Polícia Civil distribuíram nota criticando o adiamento do concurso público.
Fátima Bezerra, no primeiro momento, mostra-se disposta a enfrentar os seus ex-companheiros. Para isso, conta com apoio de sindicatos que estão dentro do governo, ocupando cargos de primeiro e segundo escalões, além de outras indicações para cargos em comissão.
É o caso do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINTE-RN), o maior sindicato de servidores do Estado. A entidade está “fechada” com a governadora. É o Sinte-RN que, historicamente, comanda os maiores movimentos de protesto de servidores estaduais, mas, agora, fez opção pelo governo, enfraquecendo a luta sindical.