A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, explicou nesta quarta-feira (24) que a estratégia do Governo do Estado para ampliar a rede assistencial para pessoas infectadas com o novo coronavírus tem sido a abertura de leitos de forma descentralizada, em vez da construção de um hospital de campanha – algo cobrado por entidades e políticos como o prefeito de Natal, Álvaro Dias. Segundo Fátima, até agora foram abertos 390 leitos para atender pacientes com a Covid-19 e há a previsão de abertura de mais de 70 leitos por todo o Estado. Até o fim do mês de junho, serão abertas:
- 20 unidades de tratamento intensivo no Hospital João Machado, em Natal
- 17 vagas em Pau dos Ferros, sendo 11 UTIs e 6 leitos clínicos
- 2 leitos UTI em Caicó e 10 UTIs
- 6 leitos clínicos em Assu
Em Mossoró, afirmou Fátima, foram abertos 5 leitos recentemente e há previsão de novos leitos até dia 30 no Hospital São Luiz, assim como no Hospital Pedro Germano, em Natal. Em Guamaré será aberta mais uma UTI, enquanto que, no Hospital Belarmina Monte, em São Gonçalo do Amarante, há 5 UTIs e deverão ser abertas mais 5. Nas cidades de João Câmara e Santo Antônio, está em curso a instalação novos leitos UTI e de retaguarda para pacientes da Covid-19.
“O Governo presta contas todo dia do trabalho que faz na execução do plano de contingência para a Covid. Nosso objetivo é dar respostas à população neste momento aflitivo no RN, no Brasil e no mundo”, afirmou a governadora, ao participar pela primeira vez da entrevista coletiva diária do Governo do RN para atualização das ações de enfrentamento à pandemia.
Fátima Bezerra lembrou que há uma crise mundial de falta de medicamentos, equipamentos, insumos e também de recursos humanos.
“Reafirmo que todos os esforços e recursos que recebemos e dispomos estão disponibilizados no portal da transparência, seja em recursos próprios, do governo federal, de doações. E a principal destinação é para UTIs e contratação de pessoal. Já contratamos mais de 3 mil profissionais e empenhamos R$ 100 milhões para garantir à população o direito de ter atendido e de sobreviver”.
Isolamento e pico da pandemia
A governadora disse que a prorrogação de medidas restritivas foi necessária. O adiamento do início da retomada das atividades econômicas, para dia 1º de julho, segue recomendações do Comitê Científico de especialistas e dos Ministérios Público Estadual, Federal e do Trabalho.
“Estamos chegando ao pico da pandemia e precisamos conter a propagação. No Brasil e no mundo, vários estados e cidades que fizeram abertura tiveram que recuar e retomar as medidas restritivas”, registrou.
O questionamento judicial da prorrogação das medidas pelo setor produtivo é considerado normal pela chefe do Executivo estadual. “Nossa proposta de retomada das atividades econômicas foi apresentada pelo setor produtivo e é embasada no conhecimento científico. Espero que a Justiça mantenha a prorrogação como determina nosso decreto. Reconhecemos a necessidades do setor produtivo e do emprego, mas temos que cuidar da vida em primeiro lugar”.
Fátima colocou que os esforços para mitigar a pandemia não devem ser só do Governo estadual, mas dos demais poderes e dos municípios, através de suas prefeituras. “É preciso cumprir os decretos e o Pacto pela Vida para conter a propagação do vírus, ampliar o isolamento social e reduzir a pressão por leitos para retomarmos as atividades econômicas e sociais. O momento ainda exige cautela, precisamos de união, solidariedade, e que a população compreenda. Não temos vacina ainda. Estamos há mais de 90 dias com medidas restritivas, que exigem sacrifícios, mas estamos perto de atravessar a fase mais aguda da pandemia. Por isso a necessidade de nos integrarmos ao Pacto pela Vida. O retorno às atividades normais depende do recuo da taxa de transmissibilidade e da ocupação de leitos críticos”.
Dados
O Rio Grande do Norte bateu um recorde nesta quarta-feira (24) no número de mortes por coronavírus confirmadas. Em 24 horas, foram 64 óbitos, elevando o total do Estado para 814. Além disso, o Estado confirmou 1.769 casos confirmados, elevando o total para 21.844. Há 99 óbitos em investigação. A taxa de ocupação de leitos é de 100% na região Oeste, 83,3% Pau dos Ferros, 95,4% na Grande Natal, 96% no Seridó e 100% em Guamaré.