Além de não cumprir a promessa de baixar a conta de luz em 20% na média,
anunciada em 2012, o governo Dilma Rousseff deixará para o próximo
governo a obrigação de repassar ao bolso dos consumidores um reajuste
médio acumulado das tarifas de 83,4% até 2018. Estudo da consultoria
Safira Energia mostrou que esse aumento não reflete só os gastos extras
com o acionamento prolongado e generalizado das termelétricas. O cálculo
também leva em conta o empréstimo de R$ 11,2 bilhões que a Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) tomou ontem para socorrer as
distribuidoras e que será arcado pelos clientes delas a partir de 2015.
O
diretor de regulação da Safira, Fábio Cuberos, explicou que o cálculo
ainda contemplou um reajuste médio anual de 7,5% já previsto pelas
distribuidoras. O aporte de R$ 9 bilhões previsto no Orçamento deste ano
pelo Tesouro na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), por exemplo,
terá um impacto de 4,6% na conta de luz. Outros R$ 4 bilhões aportados
não previstos também representam empréstimos federais às
concessionárias, a serem ressarcidos ao longo de cinco anos e que terão
de ser cobertos pela tarifa.