Um estudo concluiu que o Programa Mais Educação, do Ministério da Educação (MEC), não melhorou a aprendizagem dos alunos nem reduziu o abandono escolar. E pior ainda que no curto prazo, diminuíram as notas dos alunos em Matemática. O relatório é da Fundação Itaú Social em parceria com o Banco Mundial e foi divulgado no dia 5 de outubro, em São Paulo (SP). Para chegar a esses resultados, o estudo comparou 600 escolas participantes do programa entre 2008 e 2011 com outras semelhantes, mas não integrantes do Mais Educação.
Para definir o perfil das escolas, o estudo considerou características como taxa de abandono no 1º ciclo do ensino fundamental, presença de bibliotecas, creches, número de salas de aula, número de matrículas e de funcionários.
Para definir o perfil das escolas, o estudo considerou características como taxa de abandono no 1º ciclo do ensino fundamental, presença de bibliotecas, creches, número de salas de aula, número de matrículas e de funcionários.
Mais Educação e suas dificuldades
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) explica que o Programa Mais Educação foi instituído pela Portaria Interministerial 17/2007, do MEC, com objetivo ampliar a jornada escolar para pelo menos sete horas diárias, por meio de atividades complementares de acompanhamento pedagógico, esporte, lazer, cultura e outras.
Para participar do programa, as escolas públicas fazem a adesão e recebem os recursos federais por meio de valores acrescidos ao Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).
Para a Confederação, um dos principais problemas enfrentados pelas escolas e gestores têm sido a falta de regularidade no repasse dos recursos, com atrasos sistemáticos em prejuízo da oferta das atividades complementares previstas no projeto pedagógico das unidades escolares.
Quantidade/qualidade
O estudo sobre o Mais Educação evidencia que quantidade - mais horas na escola - não resulta necessariamente em qualidade - mais aprendizagem.
A CNM lamenta que seja mais fácil oferecer "quantidade" do que promover a "qualidade" da educação escolar. Quando o acesso à escola da população na idade adequada está praticamente resolvido – exemplo do ensino fundamental - e, portanto, torna-se desnecessário oferecer "mais matrículas", a "quantidade" transforma-se em "mais tempo na escola".
De fato, é mais difícil e complexo promover a "qualidade" da educação básica, com os alunos concluindo os ensinos fundamental e médio na idade certa e aprendendo o adequado para cada ano letivo. "Qualidade" exige currículos escolares adequados e atrativos para crianças e jovens do século XXI e professores motivados e adequadamente formados para implementação desses currículos, além de escolas em boas condições materiais e devidamente equipadas.