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8 de julho de 2025

Juro alto eleva inadimplência de pequenas empresas, que buscam mais crédito para operar

Em meio à escalada dos juros no Brasil — a Taxa Selic está em 15% ao ano, o maior patamar em 19 anos —, a busca por crédito por micro, pequenas e médias empresas não para de crescer. Mas o aumento trouxe um efeito colateral: a inadimplência atingiu em maio o maior patamar da série do Banco Central (BC). 

Em maio, segundo dados do BC, esses negócios somaram R$ 1,179 bilhão em empréstimos, aumento de 11,6% em 12 meses. 

É financiamento usado principalmente como capital de giro. Com dívidas a pagar a um custo cada vez mais alto a reboque da taxa de juros, essas empresas buscam recursos para manter a operação rodando. Nesse cenário, a inadimplência está em alta, enquanto avança o número desses negócios em recuperação judicial — em abril, eles representaram perto de 90% dos pedidos de proteção apresentados ao Judiciário. A inflação ainda alta, que reduz o consumo, também dificulta as vendas.

“A procura maior por financiamento é reflexo da dificuldade das empresas nesse ambiente de juros elevados. Estão buscando mais crédito para complementar o faturamento menor, pois as vendas estão sendo comprometidas pelos juros, que afetam o crescimento econômico. E isso leva as empresas a uma maior necessidade de capital de giro”, avalia Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de Estudos e Pesquisas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).

Com IOF, impacto seria maior

O aperto no caixa poderia ser maior, caso o decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) tivesse entrado em vigor, já que o IOF incide toda vez que a empresa faz empréstimo para capital de giro ou antecipação de recebíveis. O tema será alvo de uma reunião de conciliação entre Executivo e Legislativo determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Qualquer aumento de imposto num ambiente já extremamente tributado encarece o crédito e pesa na capacidade das empresas de pagar dívidas”, diz Oliveira. Ele destaca que, junto com a Selic, sobe o custo de crédito de todas as linhas, como as de capital de giro e desconto de duplicatas.

“Apesar do empréstimo estar mais caro, o crédito é a forma que o empreendedor de menor porte tem de manter a rotina financeira. Ele recorre ao crédito para ter capital de giro”, diz Camila Abdelmalack, economista da Serasa Experian.

A busca por crédito pelas empresas no país chegou a subir cerca de 13% em fevereiro ante igual mês de 2024, segundo a consultoria. Essa alta foi impulsionada pela procura vinda de MPEs. Em abril, a variação anual foi de 6,3%. Do total de empresas no país, diz a economista, mais de 90% são micro, pequenas e médias.

“Qualquer aumento de imposto num ambiente já extremamente tributado encarece o crédito e pesa na capacidade das empresas de pagar dívidas”, diz Oliveira. Ele destaca que, junto com a Selic, sobe o custo de crédito de todas as linhas, como as de capital de giro e desconto de duplicatas.

“Apesar do empréstimo estar mais caro, o crédito é a forma que o empreendedor de menor porte tem de manter a rotina financeira. Ele recorre ao crédito para ter capital de giro”, diz Camila Abdelmalack, economista da Serasa Experian.

A busca por crédito pelas empresas no país chegou a subir cerca de 13% em fevereiro ante igual mês de 2024, segundo a consultoria. Essa alta foi impulsionada pela procura vinda de MPEs. Em abril, a variação anual foi de 6,3%. Do total de empresas no país, diz a economista, mais de 90% são micro, pequenas e médias.

O Globo

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