Tribuna do Norte - A janela partidária que poderá ser aberta com a reforma política, projeto já aprovado na Câmara dos Deputados e que seguirá para o Senado, é aguardada com expectativa por deputados estaduais do Rio Grande do Norte, que acabaram de assumir o mandato. São parlamentares que desejam mudar de legenda, mas temem a punição com a perda do mandato; por isso aguardam a aprovação de uma lei da permitindo trocar de legenda sem punição pela Justiça Eleitoral. O projeto aprovado na Câmara dos Deputados prevê 30 dias para mudanças partidárias a contar da conclusão da votação da reforma política. No entanto, a proposta ainda será analisada pelo Senado Federal.
Na Assembleia Legislativa do RN, pelo menos seis deputados estaduais, ou seja, 25% da Casa, aguardam a janela partidária. Alguns desses parlamentares articulam o ingresso em novos partidos e, portanto, teoricamente não precisariam da janela partidária já que a legislação não pune aquele detentor de mandato que muda de partido para uma legenda recém-criada.
Vice-presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Gustavo Carvalho já confirmou, oficialmente, que deixará o PROS. O projeto do parlamentar é ingressar no Partido Liberal, legenda que está em processo de criação pelo grupo do ministro das Cidades Gilberto Kassab.
O deputado estadual José Adécio (DEM) também sinaliza com a mudança de legenda. Afastado do líder do Democratas, o senador José Agripino Maia, o deputado aderiu ao grupo de Robinson Faria ainda no segundo turno da campanha eleitoral de 2014. José Adécio não definiu para qual partido irá, mas é certo que estará em legenda da base de apoio ao Governo do Estado.
Parlamentar de primeiro mandato na Assembleia, o deputado Carlos Augusto Maia, filiado do PT do B, vem fazendo articulações que apontam para uma mudança partidária. No entanto, o novo partido que abrigará o deputado estreante ainda não foi definido. A escolha da legenda passará também pelo projeto político dele, que pretende ser candidato a prefeito de Parnamirim em 2016.
Outro deputado estreante na Assembleia é Albert Dickson. Filiado ao PROS, o parlamentar também poderá mudar de legenda. Ele já se reuniu com dirigentes do grupo Rede, que está sendo criado nacionalmente pela ex-senadora Marina Silva. No entanto, Albert não respondeu ao convite. Assessores próximos garantem que ele pretende deixar o partido pelo qual foi eleito.
O deputado estadual José Dias foi eleito pelo PSD, mas logo no primeiro dia de mandato na nova legislatura já anunciou o rompimento com o governador Robinson Faria e a saída do PSD foi confirmada. O parlamentar já confirmou que aguarda a instalação da janela partidária para escolher a nova legenda. Uma das possibilidades é o PSDB.
O deputado Vivaldo Costa, que chegou há pouco mais de um mês na Assembleia Legislativa, assumindo a vaga que era de Agnelo Alves, também quer mudar de partido. Filiado ao PROS, Vivaldo disse que ingressará na legenda a ser definida em conjunto pelo governador Robinson Faria e pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ezequiel Ferreira. Pré-candidato a prefeito de Caicó, Vivaldo Costa trará o desfecho da sua filiação já nas próximas semanas.
ASSEMBLEIA
À espera de sinal verde:
Nome – Partido atual
Albert Dickson – PROS
Carlos Maia – PTdoBGustavo Carvalho – PROS
José Adécio – DEM
José Dias – PSD
Vivaldo Costa – PROS
Partido estreante
Fuga maior será no Partido Republicano da Ordem Social. Com as mudanças partidárias sinalizadas por seis, dos 24 deputados estaduais, a legenda que terá a maior baixa é o PROS, presidido pelo deputado federal Rafael Motta. O partido hoje tem cinco deputados estaduais (Raimundo Fernandes, Ricardo Motta, Albert Dickson, Gustavo Carvalho, Vivaldo Costa), mas poderá ter uma baixa de três.
Caso Albert Dickson, Vivaldo Costa e Gustavo Carvalho deixem mesmo o PROS, o partido sai da condição de ter a maior bancada para um patamar que nem direito a assento no colégio de líderes terá (porque o colegiado exige um mínimo de três deputados estaduais para o grupo).
O PROS, criado há pouco menos de dois anos, teve a sua primeira eleição em 2014. No Rio Grande do Norte foi alavancado pelo deputado Ricardo Motta, no momento em que este ocupava a presidência da Assembleia Legislativa.