O cantor Alcymar Monteiro escreveu um
artigo em sua rede social criticando o modo como as festas juninas estão
sendo realizadas.
Confira
O São João pede socorro, diz Alcymar Monteiro. Estou viajando o nordeste inteiro e
tenho observado que as festas juninas estão virando um festival de
pornofonia, estão mutilando nossa cultura. A festa criada por Luiz Gonzaga tinha
como tema a sanfona, a zabumba, o triângulo, as quadrilhas juninas, além
da culinária peculiar deste período do ano, canjica, pé de moleque,
milho e batata assada na fogueira. Tudo isso acontecia sob o luar do
sertão.
O que vi por onde passei foi a perfeita
orquestração de interesses econômicos estereotipados voltados mais para a
quantidade em detrimento da qualidade. Cabe aos governos através das
secretarias de cultura e das assembleias legislativas criarem uma lei
que impeça tamanho abuso, reservando 70% do mercado junino para os
artistas que lutam a “duras penas” para manter a tradição do forró,
impedindo o mercenarismo e a mercantilização das nossas tradições.
Cito como exemplo o estado da Bahia que criou a chamada “lei da zabumba”, aprovada por unanimidade pela assembleia legislativa baiana. O povo já não suporta mais a descaracterização daquilo que é seu e está pedindo que as autoridades façam alguma coisa que preserve em forma de lei aquilo que é nossa identidade cultural.
O forró gonzagueano que está a beira da falência e do esquecimento das novas e futuras gerações. Os veículos de comunicação estão
denunciando essa mutilação ideológica e expondo explicitamente a
necessidade de fazermos uma correção no sentido de preservar
etnologicamente aquilo que nos representa e que nos faz existir como
povo “Nordestino”.
Diante da responsabilidade que tenho não
posso simplesmente me calar e fingir que não estou vendo ou ouvindo o
que está acontecendo. Como militante venho através deste manifesto
expressar minha insatisfação com todo esse desmando. Forró só existe UM o gonzagueano, o
jacksoneano, como artista eu bebo nessa fonte que é a matriz de tudo, o
restante é invencionice, é factoide de quem não tem responsabilidade com
nossa cultura.