Teve gol em jogada de vôlei,
goleiro destruindo a bandeirinha de escanteio e muita marcação. Teve
muita dificuldade - muito mais do que esperado - e pouca criatividade.
Teve pênalti infantil de Oscar e um grande susto. Mas também teve
estrela brilhando - de jogador e, claro, de treinador -, e Dunga vai
fechar o ano com 100% de aproveitamento em seu retorno à seleção. Graças
ao golaço do novato Roberto Firmino, o Brasil garantiu o triunfo por 2 a
1 para cima da Áustria. David Luiz havia aberto o placar, e Dragovic
tinha anotado para os austríacos.
O duelo desta
terça foi todo marcado pela pouca criatividade dos dois times. O Brasil
foi facilmente parado pela forte defesa rival. Já a Áustria derrapou
nas próprias pernas e protagonizou lances bizarros. Logo aos 5 minutos,
por exemplo, Okotie protagonizou o primeiro pastelão. Após chuveirinho
em cobrança de falta, o centroavante austríaco ganhou da zaga e colocou a
bola nas redes. Só houve um problema: para conseguir fazer isso, Okotie
teve que usar o braço - e os dois braços, em um digno lance de vôlei.
O Brasil
pouco criou na etapa inicial. Os lances de mais perigo vieram na bola
parada. No primeiro, Luis Gustavo chegou a acertar uma conclusão de
cabeça na trave, mas o lance já não valia por conta de impedimento.
Depois, David Luiz assustou em cobrança direta para o gol, mas acabou
errando por pouco o alvo.
A falta de
inspiração continuou na segunda etapa. O primeiro lance que animou um
pouco mais a torcida saiu só aos 10 minutos, e não graças a uma grande
jogada. Na verdade, saiu apenas graças a mais um pastelão austríaco. O
goleiro Ozacan saiu com tudo do gol para tentar evitar um escanteio, se
empolgou mais do que devia e acabou atropelando a bandeirinha de córner.
Não adiantou de nada. A bandeirinha voou para longe, e o Brasil ganhou o
escanteio do mesmo jeito.
De
escanteio, aliás, o Brasil achou o gol. Em cobrança de Oscar pela
esquerda, David Luiz deu um ‘puxão' pouco discreto no zagueiro, mas
contou com uma ‘ajudinha' do juiz, que deixou o lance seguir. Sozinho, o
zagueiro brasileiro cabeceou com perfeição, e a bola ainda pegou no
chão e na trave, sem chances para o austríaco que tentava defender o
lance em cima da linha.
O jogo
parecia garantido. Só parecia. Aos 28 minutos, Weimann recebeu dentro da
área e acabou derrubado em um carrinho para lá de infantil em Oscar. O
juiz marcou a penalidade, e o zagueiro Dragovic bateu com categoria para
deslocar Diego Alves e deixar tudo igual. Foi o primeiro gol sofrido
pela defesa brasileira em toda ‘nova era Dunga'.
A salvação,
porém, viria do pé de um novato. Aos 37 minutos, Roberto Firmino recebeu
na entrada da área e encheu o pé. A bola fez uma curva lindíssima e
entrou quase no ângulo, sem chances nenhuma para Ozcan.
A vitória
fecha o ano de 2014 perfeito para Dunga. Depois do vexame na Copa do
Mundo, o treinador voltou ao comando e conquistou seis vitórias nos seis
amistosos que disputou.