Enquanto a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), está às
turras com sua base parlamentar, o vice-presidente Michel Temer (PMDB)
abre os caminhos possíveis de diálogo com o Congresso. E não só com os
partidos que apoiam o governo. Temer também está sedimentando uma ponte com a oposição. Mais
precisamente com o presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves
(MG), adversário de Dilma nas últimas eleições e provável candidato
tucano à Presidência em 2018.
O mote da primeira conversa entre Temer e Michel foi a votação das
prorrogação até 2019 das regras atuais de reajuste para o salário
mínimo. Na tentativa de evitar que essas regras sejam estendidas aos
aposentados pela Previdência, Temer propôs a edição de uma medida
provisória, adiando o embate final com o Congresso em 120 dias. Além de buscar o apoio dos líderes dos partidos governistas ao
adiamento da votação, Temer resolveu telefonar também para Aécio, que
comanda o maior partido de oposição no Congresso.
Acabaram falando não apenas da MP e do salário mínimo. Trataram
também da reforma política, especialmente do fim da reeleição. E
marcaram um encontro ao vivo e a cores para as próximas semanas. Quem relata o telefonema é o próprio Aécio Neves (Resta saber se a
presidente Dilma Roussef gosta dessa proximidade entre seu vice e seu
principal adversário).