Do ponto de vista do emedebista, que deixou a penitenciária há dois anos, é uma volta por cima na política. É, também, um revés para ACM Neto (União Brasil), que está na liderança das pesquisas, e contava com o apoio do MDB. Geddel, que já foi ministro da Integração do governo Lula, cumpria pena por lavagem de dinheiro em 2017, quando a polícia encontrou R$ 51 milhões em notas em um apartamento dele em Salvador. Em julho do ano passado, ele conseguiu uma liminar para cumprir o restante da pena de 14 anos em casa, com tornozeleira eletrônica.
O irmão, ex-deputado Lucio Vieira Lima, também foi condenado por lavagem de dinheiro. Geddel anunciou a aliança num evento na sede do MDB em Salvador nesta tarde junto com os senadores Jacques Wagner (PT) e Otto Alencar (PSD), que vai ser candidato ao Senado. A chapa formada por eles vai disputar a eleição em oposição ao candidato de Jair Bolsonaro, João Roma (PL), e ao líder nas pesquisas, ACM Neto (União Brasil).
Com a união, o PT banca o risco de passar toda a campanha eleitoral sendo associado às pilhas de dinheiro de Geddel, na expectativa de compensar a perda de apoio político regional com a saída do PP da coligação. O atual vice-governador do petista Rui Costa, João Leão, abandonou a aliança, dizendo-se traído pelo PT, porque Costa decidiu não mais deixar o governo e permanecer no cargo até o fim do mandato. Leão vai ser candidato ao Senado na chapa de ACM Neto como candidato ao Senado.
O Globo