Noite de bebedeira com amigos. O
tímido fica supersimpático, o boa praça se torna ainda mais
extrovertido, outro nem se altera apesar de vários drinques a mais e o
esquentado de sempre está prestes a arrumar uma briga.
Parece familiar?
Certamente
você consegue associar nomes verdadeiros e histórias curiosas a esses
personagens do imaginário coletivo, mas agora um grupo de pesquisadores
de psicologia da Universidade do Missouri, em Columbia (EUA), acaba de
elaborar uma classificação que descreve, com base científica, os
diferentes tipos de bêbados.
O estudo foi publicado em abril na revista especializada Addiction Research & Theory.
Conclui que, segundo a amostra analisada, há quatro tipos de bêbados,
representados por quatro personagens conhecidos da realidade e da
ficção: Mary Poppins, Ernest Hemingway, Mr. Hyde e Professor Aloprado.
Para chegar a
essa conclusão os pesquisadores analisaram as descrições de
comportamento de 374 estudantes universitários dos Estados Unidos, com
uma idade média de 18 anos. Os
participantes tinham que avaliar suas personalidades e as dos
"companheiros de copo", em estado de sobriedade e de embriaguez, segundo
cinco fatores de comportamento: extroversão, afabilidade, estado de
consciência, estabilidade emocional e intelecto.
O que cada tipo de bêbado faz?
1. Bêbados tipo Ernest Hemingway:
o lendário escritor (1899-1961) uma vez presumiu que podia beber
quanquer quantidade de whisky sem ficar bêbado. E assim se sente o
primeiro grupo identificado pelos investigadores, que chegou a 40% dos
participantes da pesquisa. Esses consumidores não revelam mudanças
notáveis de personalidade quando passam da sobriedade à embriaguez.
2. Bêbados tipo Mary Poppins:
comportam-se como a babá superotimista do filme homônimo de 1964.
Alcançaram 14% da amostra do estudo e são particularmente agradáveis
quando bêbados, evidenciando um comportamento simpático e amigável.
Ficam ainda mais agradáveis e extrovertidos pela ação do álcool.
3. Bêbados tipo Professor Aloprado:
a personalidade desse grupo faz referência ao personagem (imortalizado
pelos atores Jerry Lewis e Eddie Murphy) que muda de personalidade por
uma questão química e se transforma em alguém muito mais extrovertido do
que o normal. Ao todo, 19%
dos estudantes que participaram da pesquisa ficaram nesse grupo. Os
bêbados desse perfil se caracterizam por baixa extroversão quando
sóbrios e um aumento maior do que a média nesse quesito quando estão
alcoolizados, e ficam menos alterados pela bebida. Apesar de
demonstrarem uma mudança de personalidade mais intensa quando se
embebedam, suas experiências não estão associadas a um risco alto de
danos.
4. Bêbados tipo Mr. Hyde:
a classificação desse grupo se inspira na personalidade sinistra de Mr.
Hyde, o personagem fictício de Robert Louis Stevenson. Seus integrantes
somaram 22% da amostra e se caracterizam por uma redução elevada do
estado de consciência, intelecto e afabilidade quando bêbados.
Segundo a
pesquisa, os membros desse grupo apresentaram "tendência a ser menos
responsáveis, menos inteligentes e mais hostis sob influencia do
álcool". Os
investigadores afirmam que esse grupo possui maior probabilidade de
vivenciar consequências negativas associadas ao consumo de álcool, como
perdas de memória e detenções por mau comportamento.
Limitações e utilidade do estudo
Os autores afirmam ter abordado pela primeira vez, sob uma perspectiva científica, uma área ainda inexplorada pela pesquisa empírica. O estudo, contudo, tem limitações. Como se analisou apenas o comportamento de universitários, a maioria deles bramcos, os quatro tipos de bêbados identificados podem não ser representativos de outros setores demográficos.
Se a amostra tivesse sido mais variada talvez mais tipos de comportamento fossem identificados. Mas os resultados confirmam a percepção social de que pessoas diferentes respondem de maneiras distintas à intoxicação por álcool. Os pesquisadores esperam que sua categorização de "tipos de bêbados" sirva, por exemplo, para ajudar a personalizar intervenções em casos de alcoolismo.
Limitações e utilidade do estudo
Os autores afirmam ter abordado pela primeira vez, sob uma perspectiva científica, uma área ainda inexplorada pela pesquisa empírica. O estudo, contudo, tem limitações. Como se analisou apenas o comportamento de universitários, a maioria deles bramcos, os quatro tipos de bêbados identificados podem não ser representativos de outros setores demográficos.
Se a amostra tivesse sido mais variada talvez mais tipos de comportamento fossem identificados. Mas os resultados confirmam a percepção social de que pessoas diferentes respondem de maneiras distintas à intoxicação por álcool. Os pesquisadores esperam que sua categorização de "tipos de bêbados" sirva, por exemplo, para ajudar a personalizar intervenções em casos de alcoolismo.