A severa crise econômico-financeira chegou aos bolsos de prefeitos e
vereadores de várias cidades do Brasil - e isso não é uma figura de
linguagem. Com queda acentuada nas receitas, municípios estão com
dificuldades para pagar funcionários e, entre outras coisas, cumprir a
Lei de Responsabilidade Fiscal.
Em alguns locais, não houve
alternativa: administradores e parlamentares tiveram de reduzir os
salários para amenizar os problemas e fazer sobrar algum dinheiro para
emergências, ou então cancelar reajustes de salários e verbas de
gabinete anteriormente aprovadas. Na maioria dos casos, as
iniciativas partiram dos próprios políticos por pura necessidade. Mas a
população forçou a adoção da medida em pelo menos dois casos, ambos no
Paraná.
Em Santo Antônio da Platina, município de 40 mil
habitantes (a 364 km de Curitiba), só após uma grande pressão da
população o prefeito Pedro Claro de Oliveira Neto (DEM) resolveu
modificar projeto que havia enviado para a Câmara Municipal, aumentando
seus vencimentos de R$ 14,7 mil para R$ 22 mil. Após a
interferência da população, o salário de Oliveira Neto será reduzido
para R$ 12 mil. Os salários dos vereadores e membros do primeiro escalão
do município também serão diminuídos.
Já em Jacarezinho (a 386 km de Curitiba), município também com 40 mil habitantes, os vereadores foram pressionados a aprovar uma redução de 30% dos salários da próxima legislatura. Durante as sessões da Câmara, um som do miado de gatos, reproduzido por moradores da cidade, pressionava os membros da Casa a reduzir seus salários.
Já em Jacarezinho (a 386 km de Curitiba), município também com 40 mil habitantes, os vereadores foram pressionados a aprovar uma redução de 30% dos salários da próxima legislatura. Durante as sessões da Câmara, um som do miado de gatos, reproduzido por moradores da cidade, pressionava os membros da Casa a reduzir seus salários.
O miado foi feito a propósito de um dos
vereadores de Jacarezinho que, em tom de deboche, afirmou que os
manifestantes eram somente "uns poucos gatos pingados". O som do
miado virou símbolo dos manifestantes, e os "gatos pingados"
conseguiram fazer os vereadores recuar em uma tentativa de aumentar os
seus salários. Quem se eleger vereador em Jacarezinho em 2016, terá
direito a uma remuneração mensal de $ 4,34 mil, em vez dos atuais R$ 6,2
mil.