Lideranças das três principais
centrais sindicais do Brasil ameaçam retirar o apoio ao governo da
presidente Dilma Rousseff se ela não fizer mudanças na política
econômica este ano, como dar fim ao ajuste fiscal implantado pelo
ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy e que será mantido pelo novo titular
da pasta, Nelson Barbosa.
"Espero que o
governo não cometa o erro de defender reformas trabalhistas num cenário
tão difícil como esse começo de 2016", disse Sérgio Nobre,
secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores, a maior do País em
número de sindicatos representados, conforme reportagem do Estado de S.
Paulo.
A CUT foi
peça importantíssima no apoio a Dilma ao longo de 2015. Foi ela que
liderou as manifestações populares contra o impeachment, junto a
movimentos como MST e UNE, como o do dia 16 de dezembro, quando foram às
ruas mais pessoas (quase 100 mil) do que nos atos que defenderam a
saída da presidente, três dias antes.
Nesses
protestos, apesar das críticas ao impeachment, as centrais condenaram as
medidas do ajuste fiscal. A Força Sindical, que era presidida por
Paulinho da Força, um dos principais defensores do impeachment, tem hoje
uma voz mais branda na presidência, o presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, que é contra a saída de Dilma.