Incomodada com a insistência do governo
federal e do PT de classificar o processo de impeachment da presidente
Dilma Rousseff de “golpe”, contrariando a opinião até de ministros do
Supremo Tribunal Federal, a senadora Ana Amélia Lemos encomendou
levantamento sobre a conhecida relação íntima entre PT e impeachment.
O jornalista Clésio Andrade analisou a
pesquisa que identificou 50 petições de impeachment de todos os
presidentes da República entre 1990, para fazer um cálculo e concluir
que ocorreram 50 pedidos em 12 anos, o que, arredondando, resulta em 4
por ano. Ou 1 a cada três meses, sem descontar os períodos de férias de
julho e dezembro.
Conta Clésio Andrade:
Ana Amélia mencionou, para ilustrar, o
pedido de impeachment feito pelo PT contra o então presidente Fernando
Henrique, em 1999, início do segundo mandato. A acusação dizia que o FHC havia cometido crime de responsabilidade na execução do Proer, o
programa de estímulo à reestruturação do sistema financeiro nacional.
Ao final do discurso, a senadora gaúcha avisou:
— Interpretam os fatos conforme as conveniências. Nada como um dia após o outro. Nada como documentos, nada como a história. Nada como um dia após o outro para
derrubar as mentiras petistas, expor seu evidente duplo padrão, sua
hipocrisia. Pedir impeachment de Collor era democracia. Pedir
impeachment de FHC inúmeras vezes, por motivos banais, era democracia.
Pedir o impeachment de Dilma é “golpismo”, algo que até os ministros
“petistas” do STF rechaçam como algo absurdo. Essa turma é patética.
Ninguém sério leva mais o PT a sério.