A observação é do jornalista Diógenes Dantas, no Jornal 96 da 96
FM… No momento em que a oposição a Dilma se fortalece no Congresso
Nacional, o senador José Agripino Maia (DEM) passa por um
constrangimento enorme ao ser acusado em delação do empresário George
Olímpio, considerado mentor do suposto esquema de fraudes no Detran do
Rio Grande do Norte.
A Operação Sinal Fechado desbaratou em 2011 eventuais
irregularidades no sistema de inspeção veicular que estava sendo
implantado no Estado. Segundo George Olímpio, Agripino teria solicitado,
mesmo de forma sutil, R$ 1,1 milhão para ajudar na implantação da
inspeção. Na delação, George conta os detalhes da conversa no
apartamento de Agripino, em Natal (ver reportagem do Fantástico).
José Agripino confirmou conhecer George Olímpio (figura conhecida em Natal e é parente de amigos do meu pai de muito tempo atrás, eu o conheci sim) e de ter recebido ele em casa (Esteve também), mas nega peremptoriamente o pedido de dinheiro (Eu nunca pedi nenhum dinheiro, nenhum valor a George Olímpio. E conforme ele próprio declarou em cartório, não me deu R$ 1 milhão coisíssima nenhuma).
O senador enviou ao Fantástico o documento de 2012, que George
Olímpio teria registrado em cartório. “É uma infâmia, uma falta de
verdade. Está completamente falso e faltando com a verdade”, afirmou
José Agripino. Mesmo com a negativa do senador, a dúvida fica no ar, e
vai alimentar o discurso de petistas e de governistas contra o líder do
Democratas.
A delação de George Olímpio não é constrangedora apenas para José
Agripino, claro. A vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria (PSB), e o
presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira de
Souza, denunciado pelo Ministério Pública na sexta-feira (20) passada,
também amargaram a exposição negativa.
No caso de Agripino, o constrangimento é maior porque ele é
presidente nacional de uma legenda, o DEM, e é um dos líderes da
oposição no Senado. Além do desgaste público, José Agripino ainda corre o
risco de ser denunciado pela Procuradoria Geral da República, por ter
foro privilegiado. O Palácio do Planalto deve ter achado a edição de
ontem do Fantástico uma delícia.