O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado
(GO), defendeu nesta segunda-feira (23) o afastamento do ministro do
Planejamento, Romero Jucá, porque, para ele, denúncias contra atos
individuais devem ser tratados “longe da administração pública” para que
a “credibilidade do governo” não seja comprometida.
Em reportagem publicada pela Folha de
S.Paulo nesta segunda (23) Jucá aparece em uma gravação conversando com o
ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado sobre a necessidade de uma
mudança no comando do governo federal para que fosse feito um “pacto
para estancar a sangria” representada pela Operação Lava Jato, que
investiga ambos.
Em nota, Caiado afirmou que a população
saiu às ruas “para conter um processo de corrupção, apoiar a Lava Jato e
buscar um novo governo”. “Se no decorrer deste momento problemas
surgirem, deverão ser tratados com rigor. Qualquer denunciado tem a
obrigação e o direito de se defender das acusações que recaem sobre ele.
Mas esses atos individuais deverão ser tratados longe da administração
pública para que a reestruturação e a credibilidade do governo não sejam
comprometidas”, afirmou.
De acordo com Caiado, o governo Dilma
Rousseff “é um exemplo claro de perda de confiança da população por
deixar que problemas individuais contaminassem o governo”, disse. Gravados de forma oculta, os diálogos
entre Machado e Jucá ocorreram semanas antes da votação na Câmara que
desencadeou o impeachment da presidente Dilma Rousseff. As conversas
somam 1h15min e estão em poder da PGR (Procuradoria-Geral da República).
O advogado do ministro do Planejamento,
Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que seu cliente
“jamais pensaria em fazer qualquer interferência” na Lava Jato e que as
conversas não contêm ilegalidades. À reportagem, Jucá disse nesta segunda
(23) que não pensa em pedir demissão do cargo e que está “tranquilo” em
relação ao teor das conversas divulgadas pela Folha de S.Paulo em que
ele fala em “estancar a sangria” da Operação Lava Jato.