Nas décadas de 1980 e 1990, um mal pouco conhecido passou a assombrar
o mundo e intrigar os cientistas: a Aids, causada pelo vírus HIV.
Altamente letal à época, a nova doença se tornou um pesadelo. O filósofo
Michel Focault, o ator Rock Hudson, o cantor brasileiro Cazuza e o
lendário roqueiro Freddie Mercury foram apenas algumas das celebridades
que morreram em decorrência dela.
Mas três décadas depois do surto inicial, as perspectivas de vida de
um portador do vírus do HIV são bem diferentes das daqueles tempos. A
eficiência dos coquetéis antirretrovirais é comprovada pelos números –
no Brasil, o índice de mortalidade caiu mais de 42% nos últimos 20 anos,
e a epidemia é considerada estabilizada. Hoje, a doença que mais
assusta os brasileiros não é mais a Aids – e sim o câncer.
Esse estigma, a gente tem que combater”, afirma em entrevista à BBC Brasil. Por outro lado, ressalta ser difícil poder falar em “cura definitiva”
quando se trata da doença, já que ela pode ser extinta em um órgão e
voltar em outro. Até por isso, os cientistas trabalham para torná-la
“controlável” – assim como é a infecção pelo HIV hoje.