Observa-se, ainda, um crescimento dos eleitores “nem de direita, nem de esquerda, nem de centro”. Esse grupo passou de 50% para 55% entre o levantamento anterior, de 2021, e o mais recente. Ocorreu a estabilização da tendência de queda dos eleitores que se diziam de direita. Em 2019, eles eram 29%; em 2021, 20%; agora, são 21%. Já os números dos que declaram ter posicionamento de esquerda continuam caindo: eram 18% em 2019, 15% em 2021 e são 11% agora.
O contingente dos que se consideram de centro também tem diminuído, mas em menor ritmo. Em 2019, 32% se consideravam de centro, taxa que no ano passado foi de 11% e agora marca 9%, uma variação dentro da margem de erro. Para o cientista político Antônio Lavareda, especialista em pesquisas eleitorais, a guinada à direita na sociedade brasileira começou a ser percebida há dez anos e pode ser ainda maior. “O Brasil está avançando para a direita desde 2012; cresceu muito o conservadorismo”, afirma.