O governo mudou mas o que a população do
Rio Grande do Norte tem observado são dificuldades que continuam
presentes na segurança pública estadual que necessitam de respostas
urgentes do poder executivo. Não obstante aos crimes violentos que
continuam, os policiais militares clamam por melhorias nas condições de
trabalho, sobretudo no interior do estado.
Um direito básico do trabalhador, a
alimentação, é uma verdadeira preocupação para os policiais militares
que, por vezes, são humilhados em virtude da péssima qualidade da comida
fornecida pelas unidades. Em outras cidades ficam à mercê de
"convênios" com prefeituras ou de favor de comerciantes, onde estes
exigem em troca uma atenção privilegiada na segurança de seus
estabelecimentos.
Um policial conta que na sua unidade foi
servido cuscuz duro e bolachas cream cracker como primeira refeição do
dia. Outro conta que na cidade em que trabalha nem café tem. Há relatos
de prefeitos que cortaram a alimentação de policiais porque não tiveram
pedidos atendidos. "É uma afronta às leis, vergonha e completo
desrespeito proporcionado pelo governo e que nos deixam desmotivados
para trabalhar", afirmou um PM.
Implantado na região metropolitana de
Natal em 2011, o Vale Alimentação é um ticket onde os policiais de
serviço trocam por refeições em estabelecimentos credenciados ao
governo. Na gestão passada havia a promessa do Coronel Araújo de
estender tal benefício aos militares do interior (CONFIRA AQUI),
o que não ocorreu. "A verdade é que aqui no RN existem duas polícias, a
da capital e a do interior. Até quando isso???", indaga outro
policial.
Segundo o Soldado Tony, presidente da
Associação de Praças da Polícia Militar de Mossoró e Região (APRAM), a
situação é motivo de preocupação e revolta entre os profissionais. "Além
de cobrarmos solução junto ao comando geral já denunciamos o problema
em audiência pública na ALRN, ao Ministério Público e na imprensa, mas
até o momento nada mudou. É um descaso para com o trabalhador-policial e
que precisa acabar. Esperamos que o novo governo reveja essa questão
que causa enorme desmotivação à nossa tropa", concluiu o dirigente.