O país inteiro se solidarizou com as lágrimas de Ana Carolina
Oliveira. Em março de 2008, sua filha Isabella Nardoni, de 5 anos, foi
assassinada pelo pai, Alexandre Nardoni, e pela madrasta, Anna Carolina
Jatobá. No dia da tragédia, antes de ser arremessada pela janela do 6º
andar de um edifício na Zona Norte da cidade de São Paulo, Isabella
sofreu muito nas mãos dos adultos que deveriam cuidar dela. Apanhou com
uma chave tetra, foi asfixiada e, quando estava inconsciente, atirada
com vida de uma altura de mais de 20 metros. Tudo isso enquanto passava o
fim de semana com seus dois meios-irmãos, Pietro, então com 3 anos, e
Cauã, de 11 meses. Os responsáveis tentaram simular uma invasão, mas
acabaram sendo presos e condenados - ele a 31 anos, ela a 26.
É difícil imaginar dor maior que a de enterrar o próprio filho. No
caso de Ana Carolina, havia várias agravantes, como a pouca idade da
menina, a brutalidade dos assassinos e, sobretudo, a identidade dos
criminosos, incluindo-se o próprio pai da vítima. A enorme exposição
pública, porém, ajudou. "A comoção das pessoas me dava força", lembra
ela. "Muitos choravam como se tivessem perdido o próprio filho." Ana
Carolina começou a frequentar o Santuário do Terço Bizantino, do padre
Marcelo Rossi, e causava aglomeração quando subia ao palco, a ponto de
precisar sair pelos fundos.