O deputado
Jean Wyllys (PSOL-RJ) cuspiu na cara do deputado Jair Bolsonaro
(PSC-RJ) durante a sessão de votação da admissibilidade do impeachment da
presidenta Dilma Rousseff. De acordo com o próprio Wyllys, ele foi
insultado por Bolsonaro e respondeu com a cusparada no deputado.
“Na hora em
que fui votar, esse canalha decidiu me insultar na saída e tentar
agarrar meu braço. Ou foi alguém que estava perto dele. Quando ouvi o
insulto, devolvi com um cuspe na cara dele, que é o que ele merece”,
destacou o deputado do PSOL.
Wyllys
disse não ter medo de sofrer processo por quebra de decoro parlamentar e
reafirmou que cuspiria em Bolsonaro novamente. “Não temo enfrentar
processo. Processo tem de enfrentar quem é machista, quem é racista,
quem promove a violência, quem defende a memória de Brilhante Ustra – um
torturador –, quem defende a tortura nesse país. Isso deveria
escandalizar vocês, não o cuspe na cara de um canalha”, afirmou. Bolsonaro
atribui a atitude de Wyllys à referência feita por ele ao coronel
Brilhante Ustra para justificar seu voto favorável ao impeachment momentos antes do episódio.
“O que falei,
ele não gostou. Não falei para ele. Defendi o coronel Carlos Alberto
Brilhante Ustra, segundo Dilma Rousseff um torturador. Falei em memória
dele. Falei algumas outras coisas. Quando ele saiu, tinha muita gente
gritando para ele, que resolveu escolher um alvo. Deu uma cusparada em
cima de mim. Estou com um cheiro horrível agora”, ironizou.
Bolsonaro
negou que a cusparada tenha atingido sua face. Disse que se abaixou e
conseguiu desviar na hora. De acordo com o deputado, a maior parte do
cuspe pegou no deputado Luís Carlos Heinze (PP-RS), que estava atrás
dele na hora. Bolsonaro não disse se pretende processar o colega no
Conselho de Ética da Câmara.