"Fumei a vida inteira e nunca tive nada". A frase, muitas vezes usada para
justificar o tabagismo
como um hábito inofensivo, mostra que grande parte dos fumantes não está
disposta a largar o vício. Entretanto, ao primeiro sinal de problemas pode ser
tarde para dar um basta no cigarro, o que pode comprometer a longevidade. Isso é o que mostram
novos estudos publicados no The New England Journal of Medicine, na
última quinta-feira (24). A descoberta foi feita por especialistas americanos e
canadenses de instituições como a Global Health Institute, em
Toronto.
Foi analisado o histórico de 113.752 mulheres e 88.496 homens
fumantes ou ex-fumantes com idade superior a 25 anos. Os pesquisadores estudaram
registros dos participantes de 1997 a 2004. Eles concluíram, então, que
tabagistas morrem, em média, 10 anos antes do que o restante da população. Isso
mostra que, embora os efeitos nocivos do cigarro apareçam apenas em longo prazo,
eles tendem a ser bastante agressivos.
A boa notícia, porém, é que largar
o vício entre os 30 e 40 anos pode devolver até nove anos de vida do fumante. Se
abandonado entre 40 e 50 anos, são até seis anos de vida recuperados. Depois dos
65 anos, é possível reaver cerca de quatro anos. Vale lembrar, entretanto, que,
mesmo cessando o hábito, o risco de morte continua sendo maior do que o da
população em geral. Sabendo disso, que tal estipular uma nova meta e parar de
fumar? Aqui vão dicas de como tornar o processo menos sacrificante: Evite locais com muitos fumantes, quebre a rotina, concentre-se em outra atividade, busque apoio da família e de amigos, não desenvolva outro vício, tenha autocontrole e sempre tente mais uma vez.