O presidente estadual do Partido Verde, senador Paulo Davim,
disse que a legenda reprova o modelo programático do governo Rosalba Ciarlini
(DEM) e que não apoiará a reeleição da governadora em 2014. O PV anunciou nesta
semana o rompimento com o governo Rosalba. Instado por o Jornal de Hoje a falar
sobre a posição do PV em 2014, Paulo Davim diz que, à exceção de Rosalba, a
legenda analisará votar em qualquer candidato, inclusive no vice-governador
Robinson Faria (PSD), o que dependerá das discussões programáticas.
O PV, segundo Davim, também não descarta lançar candidato
próprio a governador e/ou a senador. “Na verdade, nós apenas verbalizamos e
publicizamos o que de fato já acontecia. O PV nunca participou do governo, o PV
nunca ocupou cargo nem de primeiro, nem de segundo, nem de quinto escalão. O PV
nunca foi convidado a discutir ações políticas ou ações administrativas no
governo. Portanto, nós sempre estivemos fora. Faltava apenas verbalizar isso”,
disse Davim, em entrevista ao Jornal de Hoje.
O senador Paulo Davim é a segunda liderança política expressiva
do Estado a romper com a governadora Rosalba Ciarlini. No final de 2011, por
discordar das práticas, segundo ele, coronelistas da administração, baseadas na
troca de favores estatais entre o casal que administra o estado e seus
serviçais, o vice-governador Robinson Faria entregou os cargos que tinha no
governo e passou para a oposição ao governo. Desde lá, apresenta-se como crítico
da administração Rosalba.
Davim critica o governo por uma “sociedade que agoniza nos
hospitais públicos caóticos, mal-aparelhados, que testemunha servidor público
sofrendo, que vê as escolas públicas não atendendo às demandas e as suas
necessidades, que vive a insegurança da sua proteção, que é a Polícia Civil e
Militar, que não vê perspectiva de desenvolvimento, geração de emprego e renda,
que não vê projetos que apontem para o futuro, projetos estruturantes preparando
o RN para 2020, 2025″, declara. “A sociedade não enxerga isso. Então, estamos
fazendo o que é pertinente a um partido fazer e ser. Ser sensível a essas
questões”, afirmou, ao justificar a posição de deixar claro que não participa do
governo Rosalba.
Segundo o presidente do PV, “a avaliação do governo é muito
negativa porque os pontos principais, prioritários e estratégicos do governo”,
como saúde, educação, segurança pública e desenvolvimento, “estão cambaleantes,
estão mal-avaliados”.